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Clippings - 09/12/22

Origem Energia investe R$ 30 milhões em rede 4G LTE

Polo Tucano Sul / Créditos: Origem Energia

A Origem Energia está investindo R$ 30 milhões em uma rede privada 4G LTE para otimizar a comunicação em duas de suas operações de exploração onshore de óleo e gás no Brasil. A infraestrutura de telefonia e internet de alta velocidade já está pronta em Alagoas e vai ser ativada na Bahia em 2023.

Implantada pela SC CapRock, a nova rede usa tecnologia Nokia, incluindo desde equipamentos de transmissão a smartphones próprios para ambientes agressivos. Com a iniciativa, a empresa melhora a comunicação entre seus colaboradores, num primeiro momento, além de tornar a segurança patrimonial mais precisa, com uso de câmeras de maior capacidade de transmissão de imagens.

De acordo com Luna Viana, diretora Operacional da empresa, o processo será feito em etapas e prioriza o aumento de capacidade dos campos explorados, ampliando ações de manutenção preditiva e otimizando o envio de equipes in loco somente quando for necessário. O avanço também acompanha a produção da empresa, hoje estimada em 1 milhão de metros cúbicos de gás por dia, mas com possibilidade de expansão. Em abril, a Origem arrematou 14 blocos exploratórios na 3ª Oferta Permanente da ANP na Bacia Sergipe-Alagoas e outros quatro blocos exploratórios na bacia Tucano Sul, na Bahia.

A infraestrutura de 4G LTE, sigla para evolução de longo prazo, também permitirá que a Origem avance no monitoramento remotos dos ativos. Ações como essas vão depender da ativação de uma nova estrutura de automação, atualmente em definição, mas a base de comunicação será o LTE. No primeiro momento, a companhia também substitui a rede de rádio usada em Alagoas – que deixa de ser a infraestrutura de comunicação principal para tornar-se uma complementar – e deve fazer o mesmo na Bahia, onde os serviços de voz são viabilizados por uma rede satelital, com cobertura precária.

Controlada pelo fundo de investimentos Prisma Capital, a Origem opera 16 concessões onshore de óleo e gás na Bahia, Espírito Santo, Rio Grande do Norte e Alagoas. Os ativos, adquiridos da Petrobras, incluem ainda cerca de 350 km de dutos, uma unidade de processamento de gás natural (UPGN) e o acesso direto a um terminal de exportação de óleo. Junto com os ativos principais, a empresa herdou as redes de comunicação citadas, inclusive uma infraestrutura de fibra óptica em parte da malha de dutos. Embora operacionais, as redes de comunicação legadas eram um gargalo para a empresa, segundo a diretora Operacional Luna Viana.

“É uma situação grave no interior do Brasil, onde não há uma comunicação ou, quando existe, é muito frágil. No Polo Alagoas, estamos próximos de Maceió, mas ainda há a dificuldade de cobertura, porque normalmente são áreas muito remotas onde estão nossas instalações”, resume a executiva, que é uma das fundadoras da companhia. De acordo com ela, a rede de rádio permitia apenas a comunicação básica. Com a infraestrutura de LTE, a Origem ganhou uma rede otimizada que permite a comunicação de voz e recursos como o push to talk e push to vídeo, ou seja, é possível manter uma comunicação similar à de rádio e ainda enviar e receber vídeos.

Para ativar a nova rede em Alagoas, a integradora SC CapRock usou as antenas de rádio legadas, que hospedam os transmissores que viabilizam a comunicação entre os atuais 50 smartphones, também da Nokia, que vão ser compartilhados pelos funcionários em campo que se revezam em turnos. Outros 275 aparelhos devem ser importados para atender a totalidade dos operadores até o final do ano. Além da comunicação por voz e vídeo entre os colaboradores, a rede também será usada para a segurança patrimonial – monitorando invasões – e para acelerar atendimentos de emergência em caso de acidentes.

Internet das Coisas (IoT)

A próxima etapa de uso da infraestrutura é viabilizar o novo sistema de automação da Origem, usando sensores em áreas críticas para monitorar os ativos, por meio da Internet das Coisas (IoT). A rede, que tem segurança cibernética integrada, também poderá ser usada para comandos remotos. Hoje, a antiga infraestrutura de rádio e automação é limitada. Com o LTE, a companhia poderá ampliar o monitoramento remoto e com mais velocidade parâmetros como vazão e pressão em cerca de 240 poços em produção e cinco estações coletoras, além da malha de dutos de aproximadamente 300 km.

“Hoje, conseguimos identificar quando um poço saiu de produção e acionamos a supervisão, que envia um técnico ao local”, explica Luna. Com a nova estrutura, ela avalia que poderá ter informações mais rápidas de paralisação de poços e restabelecer a produção de forma ágil, reduzindo as perdas. Também é o caso de abertura e fechamento de válvulas de segurança. No cenário atual, a empresa precisa enviar um profissional até o local, operação que poderá ser feita remotamente e ainda contar com a supervisão de imagens em tempo real.

“O céu é o limite”, adianta Luna. Ela lembra, no entanto, que há um roadmap claro em termos de adoção de melhorias.

Fonte: Revista Brasil Energia