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Clippings - 27/06/23

Sucata de navio que se chocou contra Ponte Rio-Niterói será leiloada em agosto

Divulgação Mario Ricart Leiloeiro

Licitação foi autorizada por juiz da 2ª Vara Federal do Rio de Janeiro. Estrutura será ofertada pelos lances iniciais no valor de R$ 42,02 milhões (1ª etapa) e de R$ 21,02 milhões (2ª etapa)

O antigo graneleiro São Luiz está em processo de venda em leilão online, aberto na última sexta-feira (23). O navio, que se chocou com a Ponte Rio-Niterói em novembro de 2022, pertence à empresa Navegação Mansur S/A e, após a colisão, foi rebocadado e acostado em área no Porto do Rio de Janeiro. O certame está previsto para o próximo dia 3 de agosto, a partir das 12h. A licitação foi autorizada pelo juiz Mauro Luis Rocha Lopes, da 2ª Vara Federal do Rio de Janeiro. A estrutura foi avaliada como sucata e será ofertada pelos lances iniciais no valor de R$ 42,02 milhões (1º leilão) e de R$ 21,02 milhões (2º leilão).

De acordo com o edital de venda, o critério para escolha do vencedor será o maior lance oferecido acima da avaliação. Caso não haja licitante na primeira etapa, será reaberto o pregão para venda e vencerá quem der o maior lance acima de 50% da avaliação.  A embarcação foi fundeada na Baía de Guanabara em 2016 e mantinha desde então apenas dois tripulantes a bordo que se revezavam a cada 15 dias com outros dois profissionais.

A decisão do magistrado menciona que, em visita à embarcação em setembro de 2021, oficiais da Justiça constataram que a embarcação se encontrava em péssimas condições de conservação, alto risco de corrosão e sem funcionamento de máquinas devido à falta de energia no local. “Constatamos que a embarcação São Luiz, tendo em vista o alto grau de corrosão das suas estruturas, tubulações deterioradas e máquinas inoperantes, só pode ser avaliada como ‘sucata’, devendo ser cortada e esse material ferroso vendido”, relataram os oficiais de Justiça no processo.

A avaliação em R$ 42 milhões tem como base o relatório apresentado em outubro de 2021, depois da vistoria à embarcação e pesquisa sobre o valor de materiais ferrosos (em cortes de 1,00m x 1,00m). Os oficiais concluíram à época que tal valor corresponderia a aproximadamente R$ 1.000,00 por tonelada processada. O navio foi construído com 199,9 metros de comprimento total, 30m de boca moldada e 15,10m de pontal moldado, totalizando porte bruto de 42.000 toneladas.

No final de maio, o governo do Rio de Janeiro sancionou a Lei 10.028/2023, que tem como objetivo estimular as atividades desenvolvidas para reciclagem de embarcações e demais ativos marítimos. A legislação estadual prevê as embarcações identificadas como abandonadas em áreas de fundeio, quando afundadas, submersas, encalhadas ou perdidas, constituindo ou vindo a constituir perigo, obstáculo à navegação ou ameaça de danos a terceiros ou ao meio ambiente, deverão ter acionamento do representante da autoridade marítima ou da autoridade portuária para as medidas cabíveis, para o perdimento imediato desses ativos. O objetivo é evitar acidentes como o choque do graneleiro São Luiz com a Ponte Rio-Niterói.

Um levantamento apresentado pela Capitania dos Portos do Rio de Janeiro à autoridade portuária mapeou 42 embarcações de madeira e 13 de aço submersas ou naufragadas na Baía de Guanabara. Dentre as unidades fabricadas em aço, quatro estão em litígio na Justiça. A iniciativa liderada pela Portos Rio para remover embarcações e cascos abandonados na baía é realizada em parceria com a Capitania dos Portos, a Secretaria de Estado de Energia e Economia do Mar e o Instituto Estadual do Ambiente (Inea). A Portos Rio estima que essas 55 embarcações soçobradas serão retiradas da Baía de Guanabara até o final de 2024. A expectativa é que, pelo menos, as 42 embarcações de madeira que se encontram nessa situação sejam retiradas até o final do ano.

Fonte: Revista Brasil Energia