O compartilhamento de estruturas e atividades nos dois projetos é avaliado pela companhia. O prazo para iniciar a exploração é curto. A empresa avalia que só assim vai conseguir sincronizar o programa de renovação de campos maduros, em andamento, aos esforços por descobertas
A Petrobras vai conciliar o programa de renovação das áreas maduras gigantes da Bacia de Campos à exploração de novas áreas no pré-sal. “É Bacia de Campos por muito mais do que 50 anos”, disse à Brasil Energia o gerente executivo de Águas Profundas da Petrobras, Paulo Marinho, responsável pelos negócios de Exploração e Produção em Campos e Espírito Santo.
O projeto de renovação envolve a extensão de grandes áreas em fase de declínio e o prolongamento da vida útil das suas unidades produtivas para além dos 20 anos inicialmente programados, como definido com a ANP.
Apenas para o período de 2024 a 2029, a empresa reservou US$ 22 bilhões para esse programa de renovação da Bacia de Campos. O novo plano estratégico, de 2025 a 2030, pode trazer mudanças, mas a perspectiva é de que o valor fique nessa ordem, “para mais ou para menos”, disse Marinho.
Junto com esse programa de revitalização da Bacia de Campos, a Petrobras deve explorar outras concessões. Para isso, vão ser contratadas sísmicas 4D. Tendo sucesso, vão ser interligados novos poços aos FPSOs instalados nas áreas maduras.
“O momento atual é de implantação dos novos programas para, de fato, descobrir novas produções e, a partir daí, desenvolver no escopo desses grandes projetos [de renovação dos campos maduros]”, afirmou o gerente executivo da companhia.
A expectativa é trabalhar nas descobertas num curto espaço de tempo para aproveitar as oportunidades de sincronismo. “Temos necessidade de agilidade para que isso tudo case com a estratégia de revitalização”, destacou Marinho.
O programa de renovação da Bacia de Campos engloba todas as concessões em águas profundas na região. No ano passado, a companhia instalou duas novas unidades produtivas – Anna Nery e Anita Garibaldi, no campo de Marlim. Há outro FPSO ancorado no campo de Jubarte, parte de um projeto integrado no Parque das Baleias. A produção dessa unidade deve ser iniciada antecipadamente, ainda em 2024.
Até 2030, ainda há projeção de implantação de três novas unidades nos campos de Albacora, Barracuda-Caratinga e no Polo de Marlim Sul e Marlim Leste.
“Estamos concebendo outros projetos para outros campos também, após esse período”, afirmou Marinho. Há estudos em andamento para uma segunda etapa de Jubarte, para o Polo de Roncador, e para outro polo em fase de concepção.
Aniversário
Neste ano, a Petrobras comemora os 50 anos de descoberta da Bacia de Campos. As primeiras áreas foram encontradas em águas rasas, na década de 1970.
Passados cerca de dez anos, foram descobertos os campos gigantes em águas profundas e desenvolvida uma série de tecnologias apropriadas ao desenvolvimento da região. O supercampo de Marlim, particularmente, começou a produzir em 1991. E, após mais de 30 anos de produção, lidera hoje o programa de renovação da Bacia de Campos.
Fonte: Revista Brasil Energia