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Clippings - 25/10/24

Karoon aumenta produção de petróleo em 25% no terceiro trimestre do ano

A companhia de petróleo australiana produziu 2,8 milhões de barris de óleo equivalente (boe)no 3T24; campo de Baúna teve aumento de 44% em relação ao trimestre anterior

FPSO Cidade de Itajaí, em produção no campo de Baúna, na Bacia de Santos (Foto: Divulgação)

A petroleira australiana Karoon reportou aumento da produção de 25% no terceiro trimestre de 2024, alcançando volume de 2,8 milhões de barris de óleo. Somente o campo de Baúna, operado pela Karoon na Bacia de Santos, teve aumento de 44% no período, com produção de 1,99 milhões de barris, ou cerca de 25 mil barris/dia de óleo.

A receita de vendas no trimestre, por sua vez, apresentou queda de 32% em relação ao trimestre anterior, chegando a US$ 144,9 milhões. A produção do 2T24 foi de 2,14 milhões de boe, e o volume de vendas de 2,06 milhões de boe.

De acordo com o CEO da empresa, Julian Fowles, a queda nas vendas é resultado do timing dos embarques de Baúna, com uma carga de 500 mil barris em trânsito no final do trimestre, e uma queda de 8% nos preços realizados do petróleo, refletindo a demanda global mais fraca.

A produção do projeto de Who Dat, operado pela companhia no Golfo do México, também apresentou queda, de 12% na produção bruta, com média de 30.543 boe/dia. Embora tenha alcançado até 42 mil barris/dia de produção no período, as paradas para manutenção de um dos compressores e os furacões sazonais Francine e Helene impactaram o resultado, levando à revisão da produção anual para 3 a 3,1 milhões de boe.

Já o Projeto de Baúna deve alcançar, pelas projeções da empresa, de 7,5 a 7,7 milhões de barris no ano. Segundo Fowles, a eficiência do FPSO do Projeto Baúna no trimestre foi de 82,9% em comparação com 78,3% no trimestre anterior, “uma boa melhoria, embora abaixo da nossa meta de 90 – 95%”.

O FPSO de Baúna, operado pela Altera&Ocyan, está passando por manutenção para tratar da integridade e confiabilidade do FPSO, atividade que deve continuar durante o período de 2024 até 2025. A Karoon está definindo o escopo do trabalho necessário para prolongar a vida útil do FPSO de Baúna, de 2028 a 2032, e possivelmente além.

Com os resultados apresentados, a Karoon reduziu a expectativa de produção do ano de 2024 para 10,5 a 10,8 milhões de barris, e a orientação de custos de produção unitários, de US$ 13 a 15/boe.

Investimentos no Brasil

Nos últimos quatro anos, desde que adquiriu o campo de Baúna da Petrobras, a Karoon já investiu US$ 1 bilhão no país. “O Brasil é nosso principal foco de investimentos. Além do Projeto de Baúna [inclui o campo de Patola], estamos tentando progredir para uma Decisão Final de Investimento (FID) nos projetos de Neon e Goia”, disse Fowles em entrevista à Brasil Energia, junto com o Country Manager Marco Brummelhius.

Brumelhius acrescentou que a produção de Baúna deve aumentar no próximo ano, com a entrada de um novo poço que passará por workover. Sobre Neon e Goia, também na Bacia de Santos, o country manager ressalta os desafios para o desenvolvimento, mas assegura que a Karoon está trabalhando no capex do projeto e nas soluções para o desenvolvimento.

Julian Fowles espera aplicar as lições aprendidas no Projeto de Baúna para viabilizar os novos campos. Ele destaca a tecnologia inovadora usada em Patola, campo que faz parte da licença de Baúna, que, através de um contrato integrado de EPC com a TechnipFMC, permitiu elevar a produção de 12 mil para 40 mil barris/dia na época, ante do declínio natural.

“Nos últimos dois anos investimentos R$ 40 milhões em tecnologia e vamos continuar investindo, especialmente em técnicas de IA para entrarmos em poços mais fundos, em big data para extrair padrões e explorar mais os reservatórios, entre outros”, disse Brumelhius.

Quanto à descarbonização dos processos da empresa, o CEO lembra que existem desafios para uma empresa do porte da Karoon, mas informou que a companhia é carbono neutro desde 2021 para escopos 1 e 2, alcançado com investimentos em sistemas de compensação de emissões.

Segundo Fowles, a petroleira vai continuar investindo em tecnologias de mitigação de emissões, especialmente em novos desenvolvimentos, como no campo de Neon.

Fonte: Revista Brasil Energia