No acumulado do ano, empresa registrou desempenho acima da média do setor. Alta ocupação em Tecons e seca no Amazonas impactaram custos portuários de julho a setembro
O crescimento dos serviços feeder e a recuperação do trade Mercosul ajudaram a compensar a baixa de 4% registrada pela Log-In no segmento de cabotagem no balanço do 3º trimestre. O vice-presidente de navegação, Marcus Voloch, disse, na última sexta-feira (8), que o segmento sofreu uma pressão sobre os custos operacionais no período devido à alta taxa de ocupação em terminais de contêineres do país. Esse gargalo gera aumento de custos com a movimentação portuária, transbordo, armazenagem e transporte terrestre. Além dos serviços portuários, encareceram o bunker e custos com tripulação.
Ele explicou que o consumo de bunker é impactado porque o armador precisa acelerar mais os navios para mitigar os atrasos causados pelos problemas de janela nos portos. “No 3º trimestre, vimos uma pequena retração nos volumes de cabotagem, principalmente como consequência dos problemas operacionais nos principais portos onde operamos, que geram atraso e vários cancelamentos de escala”, ponderou Voloch, em teleconferência sobre os resultados do trimestre.
Voloch acrescentou que, em setembro, houve o início do período de seca no Rio Amazonas, que naturalmente restringe o volume movimentado de/para Manaus. Por outro lado, o espaço ocioso foi ocupado pelo volume feeder. Ele relatou que, com a diminuição do market share de cabotagem, a empresa conseguiu manter um nível de utilização dos navios em patamares elevados, ainda que a receita desse serviço seja menor do que a cabotagem.
Voloch citou a operacionalização do píer flutuante em Itacoatiara (AM), que exige movimentações adicionais com a carga, o que onera os custos de serviço prestados. Entre julho e agosto, a Log-In trabalhou junto aos clientes no processo de antecipação dos embarques para minimizar impactos para as linhas de produção. “A operação do píer flutuante da balsa foi extremamente eficiente porque evitou interrupção completa do trânsito de cargas para Manaus, ao passo que em 2023 ficou seis semanas sem nenhum navio cruzar e sem nenhuma carga chegar”, recordou Voloch.
Em setembro deste ano, os navios ainda podiam cruzar para Manaus (AM), apesar de menos carga, graças às operações de alívio. Na terceira semana daquele mês, a navegação foi completamente interrompida e cargas dos navios foram descarregadas para balsa, e vice-versa. “Apesar de lenta, a operação se mostrou extremamente eficiente ao manter o fluxo de cargas durante a seca, ainda que em volumes reduzidos”, celebrou Voloch.
No 3º trimestre, houve aumento de 88,7% dos volumes feeder em relação ao mesmo período do ano passado. Já no trade Mercosul, a Log-In apurou 17,7% a mais de volume transportado no 3º trimestre, frente ao mesmo período de 2023. Voloch lembrou que o resultado já vinha de alta no 2º trimestre de 2024, confirmando tendência de recuperação do mercado e o empenho na estratégia comercial de transformar carga do rodoviário para o transporte multimodal. No acumulado até setembro, a cabotagem cresceu cerca de 14% frente aos nove primeiros meses de 2023, resultado superior aos 7% de crescimento do setor.
Na teleconferência, os diretores da Log-In frisaram que, apesar desses desafios operacionais e elevação de custo apresentados no trimestre, os resultados demonstram robustez e adaptação a esse contexto. “Existe crescimento sólido nas linhas de receitas, com recordes em várias frentes e temos em andamento algumas medidas para controlar custos e despesas no médio e longo prazos”, resumiu o vice-presidente financeiro e de relações com investidores, Pascoal Gomes.
Fonte: Revista Portos e Navios