A empresa projeta contratar a construção de 200 mil toneladas de módulos para as suas plataformas até 2029. Também estão na lista de aquisições sondas, dutos, sistemas de completação e árvores de natal molhadas
Nove estaleiros podem estar aptos para construir módulos para as plataformas contratadas pela Petrobras. Atualmente, apenas três deles ocupam essa posição. A estatal tem interagido com os estaleiros nacionais para identificar a capacidade de cada um em atender sua demanda e o que pode ser feito para expandir o número de fornecedores capacitados.
A intenção da empresa é contratar 200 mil toneladas em módulos, nos próximos cinco anos. Esse volume corresponde apenas às necessidades das plataformas contratadas e das em processo de contratação, mas novas encomendas ainda vão acontecer após esse horizonte.
A maior parte da execução dos módulos vai acontecer até o início de 2026, ano em que devem ser concluídas as obras da P-80, P-82 e P-83, projetadas para o campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos.
A construção da P-80 e P-83 ficou com o estaleiro Keppel Shipyard e está sendo executada na Ásia, assim como a P-82 encomendada à Sembcorp Marine Rigs & Floaters.
No ano que vem, os esforços vão estar concentrados na P-84 e, em 2026, na P-85. As duas são destinadas aos campos de Atapu e Sépia. A execução dos módulos da primeira se estende até 2027 e a da segunda, até 2028. Falta ainda contratar os módulos dos FPSOs de Marlim Leste e Sul, a P-86, e os do projeto Sergipe Águas Profundas (SEAP), no horizonte do plano de negócios de 2025 a 2029.
Os editais de contratação das duas unidades estão na rua. A licitação da plataforma do campo de Barracuda-Caratinga está mais avançada, em fase de negociação direta com o estaleiro indiano Shapoorji. Já o edital da unidade de Albacora deve ser lançado no fim deste ano ou no início do ano que vem.
“A gente quer reforçar a aproximação (com a indústria nacional) e melhorar a classificação dos fornecedores. A gente tem que ter consciência do que pode fazer no Brasil e o que não consegue fazer e fazer parcerias com quem consegue fazer hoje. Quem sabe, no futuro a gente consiga fazer aqui no Brasil”, disse a diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da Petrobras, Renata Baruzzi.
Em palestra no evento FPSO Supply Connections Brazil Offshore – Roundtable Business Meeting, ela disse ainda esperar que, em algum momento, não seja necessário estabelecer conteúdo local para os projetos e que a competência dos fornecedores brasileiros seja reconhecida mundialmente.
Além dos módulos, a Petrobras pretende contratar também de 25 a 30 sondas; cerca de 3,5 mil km de tubulares de poço; aproximadamente 300 sistemas de completação; em torno de 6 mil km de dutos rígidos, flexíveis e umbilicais; e cerca de 200 árvores de natal molhadas.
Novos acordos também podem ser assinados para a remoção de 10 plataformas da Bacia de Campos nos próximos cinco anos, o que inclui a retirada de 2 mil km de linhas flexíveis e o abandono de mais de 420 poços.
“O desmantelamento e o reaproveitamento de plataformas têm que ser feitos no Brasil”, disse Baruzzi. Atualmente, a empresa avalia quais plataformas podem ser modernizadas para se adequarem ao projeto de revitalização da Bacia de Campos. Também está sendo estudado quais partes de cada uma delas podem ser reaproveitadas, se só o casco ou outras estruturas também.
Fonte: Revista Brasil Energia