Bunker nas regiões portuárias e diesel com conteúdo renovável demandam nova infraestrutura, diz diretor

A Petrobras está ampliando suas vendas de combustíveis para grandes consumidores, em um movimento que ganhou força no ano passado, quando a estatal fechou contrato com a Vale para abastecer locomotivas e caminhões.
Para dar conta desse nicho, a petroleira vai promover infraestrutura de combustíveis para o negócio B2B em pelo menos seis novos pontos de venda no País: Centro-Oeste, Nordeste, Sul e nas áreas portuárias de São Sebastião, Santos e Rio Grande.
“Não estamos montando outra distribuidora. Não podemos entrar na revenda (para pequenos consumidores) até 2029, mas o contrato que assinamos nos permite atuar com grandes distribuidores”, afirmou a presidente Magda Chambriard, sobre o impedimento da Petrobras de entrar na distribuição de combustíveis a partir do contrato de venda da BR Distribuidora, que foi privatizada.
A resolução 852 publicada recentemente pela ANP deu um impulso às perspectivas de negócio B2B da Petrobras ao permitir que a companhia forneça, além do diesel A, sem mistura, o diesel B, com adição de biodiesel. Assim, a companhia pode entrar no mercado de distribuição de diesel final para grandes consumidores. O produto R5 é um dos alvos da empresa para este negócio.
A companhia já tem infraestrutura em Guarulhos e Uberlândia e mais recentemente anunciou vendas diretas também em Cingapura, com tancagem para atuar no país asiático. Foram realizadas cinco vendas nos últimos meses.
O combustível vendido contém 24% de biodiesel, um tipo de bunker com conteúdo renovável. Segundo o diretor de logística da estatal, Claudio Romeo Schlosser, a estratégia tem sido aliar a venda de produtos renováveis com fósseis, o que, segundo ele, está sendo exitoso para a Petrobras.
“Estas operações estão muito alinhadas à estratégia de monetização das nossas reservas e também fazem parte da estratégia de transição energética combinando molécula renovável com molécula fóssil. Vamos abrir esta frente aqui no Brasil também”, afirmou, se referindo ao bunker com conteúdo renovável para regiões portuárias no Sul e Sudeste.
Outros produtos com potencial de venda direta são o gás natural, como lembrou Magda, e, além do diesel mais limpo, com biodiesel. “Óbvio que isso vai nos demandar mais infraestrutura”, afirmou o executivo.
Fonte: Revista Portos e Navios