A precificação do carbono nas emissões da indústria marítima vem se tornando uma unanimidade entre as empresas e entidades do setor, como parte das medidas para descarbonizar o transporte marítimo. Como consequência, o foco agora está mudando para como os recursos gerados podem ser utilizados.

O Banco Mundial divulgou um relatório detalhado indicando que entre US$ 1 trilhão e US$ 3,7 trilhões poderiam ser arrecadados até 2050 por meio da precificação do carbono. Dependendo do cenário e do nível de reciclagem das receitas, a instituição financeira estima que o valor médio das receitas arrecadadas ficaria entre US$ 41 bilhões e US$ 105 bilhões anualmente.

No relatório “ Distributing Carbon Revenue from Shipping ”, o Banco Mundial apresentou ideias sobre como os recursos financeiros podem ser utilizados. As ideias se concentram na descarbonização do transporte marítimo, no aprimoramento da infraestrutura e da capacidade do transporte marítimo e no apoio a objetivos climáticos mais amplos. Sobre a descarbonização, o relatório destaca que os recursos podem ser direcionados para atualizações e renovação da frota, com foco em motores e sistemas de propulsão de carbono zero, tecnologias de eficiência energética a bordo e pesquisa e desenvolvimento.

A implementação de uma taxa de carbono entre US$ 75 e US$ 300 por tonelada métrica de emissões de CO2 é consenso na indústria marítima, com o arredadado usado para financiar pesquisas e o desenvolvimento de novas tecnologias e combustíveis para a descarbonização. A União Européia está liderando o caminho com sua iniciativa Fuel EU, mas acredita-se que outros seguirão enquanto aumenta a pressão sobre a Organização Marítima Internacional (IMO) para liderar a precificação das emissões de gases de efeito estufa (GEE).

Se a navegação não adotar combustíveis com zero carbono e tecnologias inovadoras para tornar sua pegada energética mais verde, as emissões de carbono têm o potencial de crescer de 90% a 130% até 2050, em comparação com os níveis de 2008. Atualmente, o transporte marítimo responde por aproximadamente 3% das emissões globais de GEE.

Fonte: Revista Portos e Navios