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Clippings - 14/02/25

Bureau Veritas calcula a emissão de CO₂e em operações ship-to-ship

O estudo calculou que a operação ship-to-ship em terminais emite 3 vezes menos CO₂e do que operação em mar aberto, utilizando o terminal da Vast no Porto do Açu como exemplo

Operação de transbordo ship-to-ship no T-Oil (Foto: Divulgação Vast)

A modalidade ship-to-ship em terminais abrigados e dedicados a este tipo de operação emite 3 vezes menos dióxido de carbono equivalente (CO₂e) do que a mesma operação realizada em mar aberto conhecida como underway. A conclusão é resultado de um estudo realizado pela Bureau Veritas Brasil, que comparou as principais modalidades de operação para exportação de petróleo cru realizadas no país.

A pesquisa utilizou como base de cálculo a movimentação de um lote de 2 milhões de barris de óleo cru. Neste cenário, a operação ship-to-ship underway realizada rotineiramente na Bacia de Santos emite, em média, 1.878 toneladas de CO₂e, contra 567 toneladas de CO₂e quando comparada com a atividade de transbordo no terminal de petróleo da Vast Infraestrutura, no Porto do Açu, em São João da Barra (RJ).

As duas localidades foram escolhidas como referência pois concentram o maior volume dessas operações para clientes privados no país. A comparação é equivalente para os demais terminais de petróleo em operação no Brasil.

Entre os parâmetros avaliados para o cálculo estão as embarcações envolvidas em cada modalidade, como rebocadores e navios de apoio, tempo de manobra, regime dos motores, tipo e consumo de combustível, energia utilizada e outros fatores de emissão.

A diferença se dá, principalmente, porque durante o transbordo underway, os navios permanecem navegando, consumindo combustível a plena carga durante toda a operação, assim como os barcos de apoio. Nos terminais, os navios estão atracados e só necessitam de energia para o bombeamento do petróleo e para uso interno.

De acordo com Victor Bomfim, CEO da Vast, é possível diminuir ainda mais a pegada de carbono nas operações ship-to-ship que são realizadas no terminal da companhia. “Isso porque temos outras iniciativas de redução da pegada de carbono, como o balanço de gases, que só pode ser feito em águas abrigadas. Em operações de transbordo, há uma potencial emissão de gases particulados, especialmente óxido de enxofre (SOx) e óxido de nitrogênio (NOx), que possuem uma concentração de carbono enorme. Quando essa operação é realizada em águas abrigadas, uma compensação é feita e esses gases não são emitidos”, explicou Bomfim à Brasil Energia.

Outras iniciativas incluem o fornecimento de e-fuels, tipo de combustível sintético feito a partir de hidrogênio e CO₂, para as embarcações que operam no terminal e a possibilidade de que rebocadores atracados no terminal possam se conectar à rede elétrica, no processo chamado Onshore Power Supply.  

Segundo Bomfim, não é impossível que um dia as operações de transbordo de petróleo na modalidade ship-to-ship sejam carbono zero, “mas vamos dar tempo ao tempo”. “Todos nós que operamos e trabalhamos nesse segmento temos a obrigação de diminuir, cada vez mais, a pegada de carbono dessas operações”, completou o CEO da Vast.

Aves do Açu

Recentemente, a companhia anunciou que assinou um memorando de entendimento (MoU, na sigla em inglês) com a Petronas Brasil para a colaboração no projeto Aves do Açu, iniciativa criada pela Vast para o manejo e conservação das espécies de aves trinta-réis-de-bando e trinta-réis-de-bico-vermelho, encontradas no terminal de petróleo (T-Oil) da Vast, localizado no Porto do Açu.

O projeto surgiu a partir da constatação de que essas espécies utilizam, de abril a setembro, o T-Oil como local de nidificação (para construção de ninhos). A parceria prevê o envolvimento e apoio da Petronas em todas as frentes do projeto, desde trabalhos de pesquisa, conservação, mapeamento de rotas migratórias e manejo das aves, até ações de educação ambiental para colaboradores e a comunidade local.

Uma das ações da colaboração é a Trilha de Observação de Aves na Reserva Caruara, desenvolvida pela Vast Infraestrutura em conjunto com a reserva. A iniciativa, que é gratuita e já está disponível para agendamento no website da Reserva Caruara, busca disseminar conhecimentos sobre a avifauna local, incentivar o registro de aves da região e gerar educação ambiental que ajude na conservação dessas espécies.

Fonte: Revista Brasil Energia