
Diretor executivo da Abac defendeu aumento da participação do modal na matriz de transportes e reforçou necessidade de investimentos em formação de mão de obra
A Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem (Abac) afirma que suas 12 empresas filiadas têm o desejo de ampliar suas frotas com embarcações de bandeira brasileira. A Abac verifica que a capacidade de transporte semanal da cabotagem cresceu de 7.000 contêineres, em 2008, para 36.100 contêineres, em 2024. A associação destaca o crescimento do tamanho dos navios e o aumento da frota de bandeira brasileira na navegação costeira nacional.
“Nossas empresas estão dispostas a aumentar a frota de bandeira brasileira. A cabotagem quer crescer”, afirmou o diretor executivo da Abac, Luis Fernando Resano, durante audiência da Comissão de Trabalho (CTRAB) da Câmara dos Deputados, na última terça-feira (3). Ele defendeu a necessidade de dar mais espaço ao modal, na esteira da COP 30, a fim de buscar um equilíbrio da matriz de transportes.
“Não adianta ficar querendo que a cabotagem cresça e venha incentivo ao rodoviário. Precisamos aumentar a participação da cabotagem na matriz de transportes. Temos capacidade e condições de aumentar”, afirmou Resano, durante a sessão. Ele frisou que esse crescimento ocorrerá com marítimos brasileiros, o que reforça a necessidade de aumentar a disponibilidade de mão de obra e os investimentos em formação.
Na mesma sessão, o presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, afirmou que a subsidiária da Petrobras está disposta a colocar recursos próprios para a formação de marítimos, desde que empresas de navegação de todos os segmentos assumam esse compromisso. “Se houver acordo entre todas as empresas de navegação, estamos dispostos a colocar dinheiro da Transpetro para formação profissional”, ressaltou.
O presidente da CONTTMAF, Carlos Müller, disse que somente 4% do petróleo brasileiro são transportados por embarcações nacionais, segundo dados de 2021 da Antaq. “O Brasil não deve continuar colocando suas fichas em embarcações estrangeiras nesse setor. Enquanto as embarcações de contêineres são praticamente todas brasileiras: mais de 95% de utilização de bandeira brasileira”, defendeu.
Fonte: Revista Portos e Navios