– O Grupo CCR e a Neoenergia anunciam nesta segunda-feira (11) um acordo pela sociedade de três usinas do complexo eólico de Oitis, no Piauí. Segundo nota conjunta das companhias, o Grupo CCR entrará como sócio das unidades eólicas e terá acesso à energia produzida, na modalidade de autoprodução, o primeiro projeto deste tipo da companhia de infraestrutura de mobilidade.
Assim, a CCR comprará 2,84% das usinas Oitis 2, 6,75% da Oitis 4 e 5,25% da Oitis 6 por um valor total de R$ 21,7 milhões.
Segundo o acordo, a Neoenergia vai vender energia produzida nesses ativos para linhas de metrô e trens urbanos em São Paulo. No contrato, a Neoenergia irá vender 44 megawatt-médio (MWm) às concessionárias das Linhas 8 e 9 da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) e das Linhas 5 e 17 da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) por 16 anos a partir de 2025.
A energia das eólicas irá atender 60% da demanda atual do Grupo CCR e representa um avanço no objetivo, alcançado em 2024, do Grupo CCR de ter 100% dos ativos abastecidos por fontes renováveis de energia até 2025. Segundo a CCR, além de promover acesso à energia limpa, o acordo mitiga a exposição a riscos relacionados à oscilação de preços no mercado livre de energia. A conclusão da operação ainda está sujeita à aprovação pelos órgãos competentes.
No mecanismo da autoprodução, o consumidor detém uma participação acionária da usina e recebe outorga para produzir energia elétrica destinada a seu uso exclusivo. O formato tem benefícios econômicos como isenção de encargos setoriais e desconto no uso da rede.
O complexo eólico Oitis, da Neoenergia, é formado por 12 parques, localizados entre os Estados do Piauí e da Bahia, com 103 aerogeradores de 5,5 megawatts (MW) cada, totalizando 566,5 MW de capacidade instalada, o suficiente para abastecer uma cidade com 2,7 milhões de habitantes, de acordo com a companhia.
“O Grupo CCR é um dos 50 maiores consumidores de energia elétrica do país e vemos os investimentos em fontes renováveis como um pilar fundamental em nossa estratégia de redução da pegada de carbono das operações”, afirma Pedro Sutter, vice-presidente de sustentabilidade, risco e compliance do Grupo CCR, em nota.
“Além da previsibilidade dos custos para a CCR, sob a ótica da Neoenergia, nos garante estabilidade de receita de longo prazo com adequada rentabilidade. Essa estratégia reforça os compromissos da empresa com os investimentos no parque gerador renovável e atende à nossa estratégia de impulsionar um futuro energético mais limpo e eficiente para todos”, diz Hugo Nunes, diretor-executivo de negócios liberalizados da Neoenergia, também em nota.
A conclusão das operações está sujeita a determinadas condições precedentes usuais a este tipo de transação, incluindo, mas não se limitando à aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).