
Parceria prevê descarbonização do consumo de energia em portos públicos e terminais privados. Levantamentos apontarão instalações aptas a migrar para mercado livre de energia e potencial para aplicação de soluções em eletrificação, como Onshore Power Supply (OPS)
A diretoria da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) referendou a decisão de um acordo de cooperação técnica entre a autarquia e a Eletrobras. O termo tem como objetivo avaliar e propor soluções de energia renovável e confiável para os portos públicos e privados do Brasil. A decisão havia sido tomada em reunião virtual, no final de fevereiro, e foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (10/03). Na ocasião, a empresa de energia e a agência reguladora haviam firmado um protocolo de intenções para subsidiar iniciativas de descarbonização em instalações portuárias.
Entre as ações previstas no protocolo está o levantamento dos portos e terminais aptos a migrar para o mercado livre de energia. A assinatura do acordo ocorreu durante a cerimônia de lançamento do ‘Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) do Setor Aquaviário Brasileiro’, realizada em Brasília, com a participação de diretores da Eletrobras, da Antaq e representantes do setor.
A parceria prevê que Eletrobras e a Antaq promoverão encontros e seminários com concessionários de serviços aquaviários para difundir informações sobre o mercado de energia elétrica. Também será efetuado levantamento sobre os portos e terminais aptos a migrarem para o ambiente de contratação livre, com fornecimento de energia renovável para suas atividades e menor custo.
O protocolo também vai apoiar os operadores aquaviários no abatimento, por meio de certificados de energia renovável I-REC, das emissões de GEE resultantes da energia consumida em 2024, conforme o escopo 2 do GHG Protocol Brasil. Outra frente é o levantamento do potencial para aplicação de soluções em eletrificação como o Onshore Power Supply (OPS) ou a eletrificação de equipamentos portuários, possibilitando que navios atracados, que geram sua própria energia pela queima de combustíveis fósseis, possam ser atendidos pela rede elétrica local.
“O setor aquaviário é relevante para a redução das emissões de gases de efeito estufa nas operações logísticas, e ter o apoio da agência reguladora desse mercado é uma forma de propiciar que a sustentabilidade se incorpore às práticas das empresas”, declarou no evento o diretor de relações institucionais da Eletrobras, Bruno Eustáquio de Carvalho.
A diretora de relacionamento com clientes da companhia, Virgínia Feitosa, acrescentou que a existência de um inventário de GEE no setor favorece o propósito do termo firmado com a Antaq. Segundo Virgínia, isso possibilita que a Eletrobras atue junto a esses grandes consumidores de energia, provendo a eles, a partir de um ambiente experimental, competitividade com eventuais migrações para o mercado livre, com energia 100% renovável e seus respectivos certificados, criando soluções personalizadas para os provedores de logísticas.
Capitalizada em 2022, a Eletrobras vem expandindo sua carteira de clientes no mercado livre de energia, oferecendo soluções que contemplam seus consumidores com energia firme, renovável e de menor custo. O número de consumidores finais atendidos pela companhia aumentou 115% do terceiro trimestre de 2023, quando somavam 228, para 488 no terceiro trimestre de 2024, segundo os últimos dados do balanço financeiro divulgados pela empresa.
Fonte: Revista Portos e Navios