Foto: DTA
Empreendimento, estimado em R$ 6 bilhões, será dividido em etapas e terá capacidade para movimentar 53 milhões de toneladas por ano, oferecendo alternativa ao Porto de Rio Grande
O Porto de Arroio do Sal, no norte do Rio Grande do Sul, está em fase licenciamento ambiental. A expectativa é obter a licença prévia (LP) até junho de 2025. A DTA Engenharia, responsável pelo projeto, prevê concluir as campanhas de campo para a entrega do diagnóstico ambiental ao Ibama em janeiro de 2025. O empreendimento tem investimentos da ordem de R$ 6 bilhões e será construído em fases. A primeira fase focará no transporte de contêineres e granéis sólidos, com capacidade para movimentar até 20 milhões de toneladas por ano. O projeto completo prevê 10 berços para atracação de navios, sendo oito para contêineres e granéis e dois para transatlânticos.
“O Porto em Arroio do Sal terá capacidade para movimentar 53 milhões de toneladas por ano. O projeto contempla 10 berços para atracação de grandes navios (-17m na maré 0,00m), sendo oito para contêineres, granéis sólidos, líquidos e gás e dois para transatlânticos. Além do escoamento de produtos e da movimentação de cargas no porto, ele servirá como impulsionador do mercado turístico do Rio Grande do Sul”, disse João Acácio Gomes de Oliveira Neto, presidente da DTA.
A obra será executada em etapas, incluindo a construção de quebra-mares, dragagem, aterro hidráulico, berços de atracação, infraestruturas de acesso e retroáreas, com prazo total de 30 meses. Segundo Oliveira Neto, o Porto de Arroio do Sal terá características distintas em relação ao Porto de Rio Grande, principalmente por ser onshore e protegido por molhes. Isso evitará custos altos de manutenção, como dragagem contínua. Ele mencionou que no Porto de Rio Grande, gasta-se cerca de R$ 300 milhões por ano com dragagem. O Porto de Arroio do Sal terá dragagem apenas na fase de implantação.
O projeto do Porto de Arroio do Sal é 100% privado, com participação de empresários de diferentes setores do Rio Grande do Sul e fundos de private equity e soberanos. Até o momento, seis memorandos de entendimento foram assinados com empresas que representam 40% da movimentação de cargas prevista para o porto. “O grupo empreendedor já iniciou a fase de estruturação de funding, pois o complexo tem viabilidade para atender à região norte do estado, que sofre com a falta de infraestrutura portuária”, afirmou o presidente da DTA.
Além da movimentação de cargas, o projeto também prevê impulsionar o setor turístico da região, com a construção de dois berços destinados a transatlânticos. Uma possível ligação de 9,5 quilômetros com a BR-101 está em análise para melhorar o acesso ao porto.
Fonte: Revista Portos e Navios