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Clippings - 26/12/24

Exploração de óleo e gás offshore se expande no país em 2024

Número de blocos no mar sobe 44% e área explorada 40% sobre 2023.

A exploração de petróleo e gás natural na plataforma continental do Brasil encerrou o ano de 2024 com 144 blocos exploratórios sob contrato, registrando aumento de 44% em relação aos 100 blocos marítimos sob contrato em 2023. Os blocos exploratórios no mar (offshore) são contratados em regime de concessão (131) e em regime de partilha (13).   

O número de blocos de exploração no mar em 2024 representou 34,1% de todo o portifólio de exploração de óleo e gás no país, tanto no mar como em terra, que somou 422 blocos exploratórios em 2024, alta de 68,12% em relação ao portifólio total de 251 blocos de 2023.

Os blocos offshore somaram uma área de 108 mil km², 40,25% maior que a área marítima explorada em 2023, que foi de 77 mil Km². A extensão corresponde a 60,2% de toda a área explorada em 2024 (terra e mar), que totalizou 181,1 mil km².

Apesar da ampliação do número de blocos e da área explorada, a perfuração de poços exploratórios, maior parâmetro para a avaliação do desempenho do segmento, manteve-se em declínio em 2024, com o registro de apenas seis poços perfurados no mar, um a mais que os cinco poços offshore perfurados em 2023, de um total de nove poços em 2024, (mar e terra) contra 22 no ano anterior. Os poços marítimos perfurados em 2024 foram nas bacias Potiguar, Espírito Santo, Campos e Santos, que resultaram em duas descobertas.

O número mostra o baixo desempenho da atividade exploratória do país nos últimos anos, que já chegou a perfurar no mar 150 poços exploratórios em um ano, como em 2011, sendo 87 offshore e 63 onshore. A retração da atividade exploratória foi motivada principalmente pela impossibilidade de contratação de empresas investigadas na operação Lava Jato.

Veja no painel abaixo a evolução da perfuração de poços, com filtros para o tipo do poço, o ambiente e o ano:

A queda no desempenho do segmento causa preocupação no setor, diante da expectativa de declínio da produção sinalizada no Plano Decenal de Energia 2034 elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE). A última rodada de licitação da ANP para exploração de petróleo e gás natural foi a 17ª Rodada, realizada em 2021. Desde então, blocos selecionados pela ANP e aprovada pelo CNPE passaram a ser disponibilizadas ao mercado por meio do sistema de Oferta Permanente de Concessão ou de Partilha.

Já foram realizados quatro ciclos de Oferta Permanente de Concessão (2019, 2020, 2022 e 2023) e dois ciclos de Oferta Permanente de Partilha (2022 e 2023).

O cenário eleva o risco de segurança energética do país, daí a pressão do setor para que os órgãos reguladores liberem a retomada da atividade em novas fronteiras exploratórias, como a Margem Equatorial. A exploração da Petrobras na Foz do Amazonas aguarda aprovação do Ibama desde o ano passado.

Apesar do número menor de blocos perfurados, a exploração marítima, que é mais dispendiosa, recebeu mais investimentos que a exploração em terra em 2024. Foram investidos R$ 9,97 bilhões pelas empresas em 2024, sendo R$ 9,50 bilhões alocados no ambiente marítimo, dos quais R$ 8,50 bilhões na perfuração de poços.

Bacias marítimas exploradas

Os blocos exploratórios offshore sob contrato em 2024 estão localizados em nove bacias sedimentares brasileiras: Barreirinhas, Campos, Espírito Santo, Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Pelotas, Potiguar, Santos e Sergipe-Alagoas. A bacia que mais concentrou esses ativos foi a de Pelotas, com 44 blocos, seguido das bacias de Santos e de Campos, com 29 blocos em cada. As operadoras com maior número de blocos no período foram Petrobras (63), Shell (23) e Chevron (15)

Na Bacia de Pelotas, os 44 blocos exploratórios marítimos sob contrato de concessão, com uma área de 28,6 mil km², são operados pela Petrobras (29) e Chevron (15). Todos os blocos operados pela Petrobras são em consórcio com a Shell e em dois deles também com a chinesa CNOCC.

A Bacia de Santos, maior produtora de petróleo do Brasil, terminou 2024 com 32 blocos exploratórios offshore sob contrato, com área total de 29 mil km², dos quais 23 em regime de concessão e nove em regime de partilha, no polígono do pré-sal. As operadoras com mais blocos são a Shell (13) e a Petrobras (6), seguido por BP Energy (3), Exxon Mobil (3), Karoon (3), TotalEnergies (2), CNOCC (1) e Equinor (1). Em consórcios com as operadoras, participam da exploração na bacia Petrogal, Qatar Energy, Repsol Sinopec, e Ecopetrol.

A Bacia de Campos, a segunda maior produtora de petróleo do país, encerrou o ano de 2024 com 15 blocos marítimos explorados em regime de concessão, somando área de 14,5 mil km², operados pelas empresas Petrobras (5), Shell (3), ExxonMobil (2), Petro Rio Jaguar (2), Petronas (2), TotalEnergies (1), em consórcio com Chevron, Equinor, IBV e Qatar Energy.

A Bacia de Barreirinhas fechou o ano com onze blocos marítimos sob contrato, mas por estarem na Margem Equatorial, todos estão suspensos por atraso no licenciamento ambiental. As empresas operadoras são Shell (6), Petrobras (3), BP Energy (1) e 3R Petroleum (1), em consórcio com TotalEnergies e Galp. Os blocos foram adquiridos no BID 11 em regime de concessão e não registraram descobertas no ano.  

A Bacia do Espírito Santo terminou o ano com 10 blocos offshore sob contrato de concessão, operados pelas empresas Petrobras (6), 3R Petroleum (1) BW Maromba (1), CNOCCP (1) e Repsol (1). Um dos blocos operados pela Petrobras estão com período exploratório suspenso.

A exploração na Foz do Amazonas teve em 2024 com 9 blocos exploratórios sob contrato, em regime de concessão, com área exploratória de 5,7 mil km². Os blocos são operados pelas empresas Petrobras (6), Petro Rio Coral (2) e Enauta (1). Quatro desses blocos estão com período exploratório suspenso.

A Bacia Potiguar teve 9 blocos exploratórios offshore sob contrato, todos em regime de concessão, somando uma área explorada de 7,4 mil km², operados pelas empresas Petrobras (5), Murphy (3) e Shell (1).

Na Bacia Sergipe-Alagoas, nove blocos offshore foram explorados em 2024 sob contrato em regime de concessão, sendo um bloco de 800 km² na bacia de Alagoas, e 8 blocos na de Sergipe, com 6 mil km², todos operados pela ExxonMobil, em consórcio com as empresas Enauta e Murphy.

Na Bacia Pará-Maranhão, cinco blocos foram explorados em 2024, somando uma área de 3,9 mil km², operados pela Petrobras (3) e pela Enauta (2), sendo os da Petrobras em parceria com a Sinopec. Os contratos são em regime de concessão e por estarem localizados na Margem Equatorial, todos estão com prazo exploratório suspenso por falta de autorização do órgão ambiental.  

Confira no mapa da ANP os blocos sob contrato:

Fonte: Brasil Energia.