Nota técnica elaborada pela federação também destaca a importância dos ajustes regulatórios para melhoria do ambiente de negócios e desenvolvimento da produção dos campos maduros e marginais no Brasil
A Firjan afirma que ainda existe um grande potencial para aumento no fator de recuperação dos campos maduros no Brasil. Segundo a nota técnica “A relevância de campos maduros e marginais para o estado do Rio”, divulgada nesta sexta-feira (8), os dados nacionais de 2023 da ANP mostram que estes campos apresentam volumes produzidos que correspondem a “apenas” 19% do VOIP (Volume of Oil in Place).
A análise considerou apenas aqueles campos que se enquadram na classificação de “maduros” ou “marginais” da ANP e que não produzem no pré-sal, dado que estes apresentam perfil de produtividade e competitividade diferenciado. Embora alguns desses campos se enquadrassem nos critérios de classificação, buscou-se evitar apresentar campos inativos ou cujo perfil de produtividade e competitividade diferenciado.
Considerando que os campos abarcados pelo Painel Dinâmico de Campos Maduros e Marginais – também produzido pela federação e divulgado no mesmo dia – alcancem o patamar médio global de recuperação de óleo (30%), seria possível vislumbrar uma produção adicional de pouco mais de 4,8 bilhões de barris, o que apenas em royalties poderia se traduzir em mais de R$ 92 bilhões em arrecadação para as diferentes esferas governamentais. As premissas de cálculo consideram o câmbio a R$ 5,50/US$, barril a US$ 70/bbl e alíquota de royalties de 5%.
Em um cenário mais otimista, que considere a indústria do petróleo atingindo um patamar de maturidade e de desempenho semelhante ao da Noruega (47% no fator de recuperação), os resultados mostram um potencial de produção adicional equivalente a pouco mais de 12 bilhões de barris em relação ao patamar atual, o que geraria um montante equivalente a cerca de R$ 230 bilhões em royalties, segundo a Firjan.
“Este potencial, embora desafiador, representaria um avanço significativo para a indústria e para o país, especialmente ao considerar que esses volumes adicionais superariam em 44% todo o volume já produzido pelos campos maduros analisados”, continua a federação na nota técnica.
A nota técnica também destaca a importância dos ajustes regulatórios para melhoria do ambiente de negócios e desenvolvimento da produção dos campos maduros e marginais. Conforme verificação da série histórica dos campos maduros, por exemplo, aqueles que não recebem benefício sob a produção incremental seguem ritmo de queda de produção, acumulando -35% nos volumes médios anuais entre 2020-2024. Já aqueles beneficiados por ajustes regulatórios aumentaram a produção em 23% no mesmo período.
Fonte: Revista Brasil Energia