Relatório Anual de Tecnologia e Meio Ambiente de 2024 divulgado pela ANP mostra destinação dos recursos investidos na cláusula obrigatória dos contratos de concessão de E&P, com aumento de projetos no âmbito de meio ambiente e transição energética

A obrigação de investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) realizados pelas empresas de petróleo e gás prevista nos contratos de exploração e produção somou R$ 4,2 bilhões no ano passado, de acordo com o Relatório Anual de Tecnologia e Meio Ambiente 2024 divulgado pela ANP nesta terça-feira (8). O montante é 7,69% maior que o ano de 2023 (R$ 3,9 bilhões) e o segundo melhor da série histórica iniciada em 1998, que em 2022 chegou a R$ 4,4 bilhões.
Segundo o relatório, doze empresas geraram obrigação de investimentos, e cinco foram responsáveis por 90% do total, entre elas a Petrobras. A estatal se mantém como a empresa com maior participação acumulada ao longo dos anos e em 2024, com 65,6% do valor total do ano.

Tabela de obrigação de investimentos em PD&I gerado por empresas em 2024 (Fonte: ANP)
No período, foram submetidos 758 planos de trabalho, conforme as diretrizes da Resolução ANP nº 918/2023. O número de unidades de pesquisa credenciadas chegou a 1.112 unidades, em 207 instituições de ensino e pesquisa no Brasil.
Em relação à distribuição por contrato, o campo de Tupi, na Bacia de Santos, foi o que mais gerou obrigação de investir em PD&I (29,4%). Os campos de Búzios Eco e Mero também tiveram participações consideráveis no ano (17% e 10,7%, respectivamente).
Segundo a ANP, os projetos voltados à eficiência energética, transição energética e proteção ambiental cresceram. De 2023 (91 projetos) a 2024 (97 projetos), o aumento foi de 6,5%. Em termos de valor, os investimentos contratados para essas áreas tiveram alta de 140,4%, indo de R$ 782 milhões para R$ 1,88 bilhão.
O relatório da agência também destacou o Programa de Formação de Recursos Humanos da ANP (PRH-ANP) e o Programa ANP de Empreendedorismo (NAVE). O primeiro destinou R$ 42,6 milhões a bolsas e taxas de bancada em 2024, beneficiando 1.171 bolsistas em 54 programas distribuídos por 25 instituições de ensino, em 12 estados.
Já o segundo, que foi lançado no ano passado, conta com oito empresas petrolíferas participantes — Petrogal Brasil, TotalEnergies, CNPC, Shell, ExxonMobil, Equinor, Repsol Sinopec e Petrobras — que aportarão R$ 28 milhões em recursos da Cláusula de PD&I. O programa recebeu 262 inscrições válidas de startups de 18 estados brasileiros, cobrindo 85% dos 67 desafios tecnológicos propostos.
Fonte: Revista Brasil Energia