Seminário internacional reúne especialistas e sociedade civil para consolidar propostas de preservação oceânica, em transição da liderança brasileira para a África do Sul no G20

Realizado na Fundação Getúlio Vargas, o evento que encerra o ciclo do Oceans 20 (O20) consolidou as diretrizes de sustentabilidade para o G20 e transferiu à África do Sul os aprendizados adquiridos pela presidência brasileira. Ao longo de 2024, o grupo organizou os “Diálogos Oceânicos”, debates liderados pela sociedade civil sobre temas como poluição marinha, economia azul e mudanças climáticas, com apoio de instituições globais e do Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas (INPO). O evento destacou ainda a importância de integrar as recomendações do O20 às declarações do G20, garantindo o compromisso com a sustentabilidade oceânica para 2025.

Durante a cerimônia de abertura, representantes do governo brasileiro, como Felipe Reis e Marines Scherer, enfatizaram a relevância da participação da sociedade civil nas pautas internacionais. Felipe Reis explicou que a articulação do Brasil ocorreu em três eixos principais, incluindo a “trilha Sherpas”, plataforma que facilita o diálogo entre a sociedade civil e as lideranças do G20. Essa estrutura permitiu que recomendações específicas fossem discutidas em julho, incluindo sete propostas formuladas pelo Oceans 20 para preservação marinha e sustentabilidade.

Dentre essas recomendações, quatro foram incluídas nas declarações ministeriais do G20, e as demais receberam apoio formal dos ministros nas áreas pertinentes. Marines Scherer, do Ministério do Meio Ambiente, destacou que as prioridades do Brasil em 2024 incluíram adaptação climática, pagamentos por serviços ambientais, economia circular e conservação dos oceanos. Ela também salientou a importância do Tratado de Conservação da Biodiversidade Além das Áreas de Jurisdição Nacional (BBNJ) e das metas oceânicas integradas às políticas climáticas.

Ao longo do evento, uma série de palestras e painéis abordou as lições dos Diálogos Oceânicos e explorou temas como Planejamento Espacial Marinho e inovações em sustentabilidade oceânica. Especialistas de várias partes do mundo debateram o futuro das políticas oceânicas e o papel da sociedade civil na construção de soluções sustentáveis.

Na mesa de abertura, figuras de destaque como Gustavo Westmann (representante do G20 Social pela Secretaria-Geral da Presidência), Helena Nader (da Academia Brasileira de Ciências) e o deputado Hugo Leal reforçaram o papel estratégico do Brasil à frente do G20 e a necessidade de continuar o compromisso com as recomendações do Oceans 20. O evento reafirmou a importância da colaboração entre setores para criar políticas globais de conservação marinha e deixou como expectativa que a liderança sul-africana continue a expandir o compromisso com a proteção das águas globais.

Fonte: Revista Portos e Navios