As indenizações estão acompanhando o aquecimento do mercado de construção e instalação de FPSOs e equipamentos submarinos mais complexos, no Brasil. A perspectiva é que o setor de seguros voltado às operações de óleo e gás continue avançando nos próximos anos.
Cresceu em 1.338,9% o pagamento de indenizações a empresas de óleo e gás por seguradoras brasileiras, de janeiro a julho deste ano. Foram R$ 240,7 milhões frente a R$ 16,7 milhões registrados em igual período de 2023, segundo levantamento da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), junto com a Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg).
Ao mesmo tempo, subiu também a arrecadação das seguradoras em território nacional, em 36,9%, para R$ 1,7 bilhão. A explicação está na sofisticação das coberturas, sobretudo para construções offshore, e na expansão do setor por áreas mais complexas, como o pré-sal.
Para os próximos anos, a perspectiva é ainda de crescimento do mercado, de acordo com a coordenadora da subcomissão de Riscos de Petróleo da FenSeg, Narely Nicolau de Paula.
“A demanda por seguros especializados, como seguros de controle de poços, responsabilidade civil, seguros de construção offshore e de perda de produção, assim como a necessidade de resseguro, criam uma ampla gama de oportunidades para as seguradoras. Esse cenário favorece o desenvolvimento de novos produtos e a sofisticação das coberturas”, projeta ela.
A especialista ressalta que o setor de exploração e produção de petróleo e gás, particularmente em águas profundas, está aquecido. A demanda atual está, particularmente, atrelada à instalação de novas plataformas em campos marítimos. As etapas de construção e instalação offshore e subsea de unidades de grande porte, como as que estão sendo contratadas, são historicamente mais propensas a incidentes, pela alta complexidade envolvida.
Apenas a Petrobras tem uma carteira de contratação de 14 FPSOs, que respondem a mais da metade das 23 encomendas de toda América do Sul, atual líder global na aquisição de unidades produtoras de óleo e gás.
“Isso poderá levar a um aumento na demanda por coberturas mais robustas e especializadas, gerando uma maior necessidade de resseguro para mitigar os riscos elevados, sobretudo em operações complexas como as do pré-sal”, afirma De Paula.
Já a operação em terra requer seguros mais baratos em comparação às apólices offshore, porque o risco da atividade é menor. Mas, os valores variam de acordo com a extensão do projeto e a atividade, de acordo com a CNSeg.
Fonte: Revista Brasil Energia