Cris Vicente/Divulgação FGV
Diretor de transição energética da companhia, Maurício Tolmasquim, disse que empresa analisa oportunidades para produto sintético a ser gerado a partir de um processo entre hidrogênio verde e CO2 biogênico proveniente de destilarias
A Petrobras avalia um projeto para exportação de metanol sintético, que será produzido a partir do hidrogênio verde (H2V) e de CO2 biogênico, sem origem fóssil, proveniente de destilarias. O diretor de transição energética da Petrobras, Maurício Tolmasquim, disse, nesta terça-feira (30), que a empresa tem expectativa positiva para essa solução, que está em análise e depende de janelas internas de aprovação. Ele contou que existe uma transportadora internacional interessada em adquirir o produto.
Tolmasquim explicou que o Brasil tem uma condição única porque o H2V é visto como muito competitivo, com potencial de ser produzido a baixo custo, além de uma grande fonte de CO2 que são as mais de 400 destilarias de açúcar e álcool que emitem CO2 biogênico, o que permitiria fazer a síntese do CO2 biogênico com o H2V para a obtenção do metanol.
“Como temos hidrogênio verde potencialmente barato e temos muitas destilarias, existe um grande potencial de produzir metanol para navios que tenham interesse nesse combustível”, afirmou Tolmasquim, durante o segundo dia do seminário ‘Transição Energética no Mar: Desafios e Oportunidades para o Brasil’, promovido pelo BNDES, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e a Marinha do Brasil, no Rio de Janeiro (RJ).
Para poder contar com esse novo produto em seu portfólio, a Petrobras estuda a construção de uma planta de produção de hidrogênio verde associada e formas de canalizar o CO2 da destilaria para produção do metanol. De acordo com Tolmasquim, essa planta deverá ser instalada em um local próximo do etanol e que conte com energia renovável, barata e abundante.
O diretor acrescentou que a Petrobras vem conversando com empresas que eventualmente possam ter interesse no ‘metanol verde’. “Ainda é um produto mais caro, tem que ser um cliente que aceita pagar um prêmio pelo produto. Esse cliente geralmente está lá fora. Depois, quando ganhar escala e baratear, o mercado brasileiro tem um potencial enorme”, analisou.
Fonte: Revista Portos e Navios