O presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, explicou que não é interesse da companhia abrir as áreas que já estão sob concessão no pré-sal a qualquer outra empresa.

A Petrobras descartou ampliar, por ora, a parceria firmada nesta quinta-feira com a Vale para blocos na camada pré-sal. O presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, explicou que não é interesse da companhia abrir as áreas que já estão sob concessão no pré-sal a qualquer outra empresa.

No pré-sal, neste momento não. Nem para a Vale nem qualquer empresa. Temos conjunto de descobertas muito grandes que precisam ser desenvolvidas, e estamos a todo o vapor desenvolvendo os planos, afirmou, depois de ser questionado sobre a extensão da parceria.

Ele acrescentou ainda que a indefinição do marco regulatório inviabilizaria qualquer operação no momento.

No pré-sal, neste momento, todas as operações estão paralisadas, por indefinição do marco regulatório. Portanto, não há como fazer nenhuma operação comercial na área do pré-sal.

O presidente da Vale, Roger Agnelli, disse que a Vale tem interesse em desenvolver a produção no pré-sal nas áreas em que é parceira da Petrobras, desde que haja tal possibilidade.

Vamos querer também. Se for viável, quero estar de braços dados com a Petrobras, comentou, sem mencionar possíveis propostas para as áreas que já estão sendo desenvolvidas pela Petrobras.

A parceria com a Petrobras na exploração de gás poderá dar condições para que a Vale amplie ainda mais a perspectiva de consumo de gás natural para os próximos anos. Atualmente, a Vale consome 2 milhões de metros cúbicos diários. Agnelli, frisou, porém, que o potencial total chega a 6 milhões de metros cúbicos/dia.

A Vale prevê investir US$ 260 milhões na exploração de petróleo e gás em 2009. No ano passado, esse investimento não passou dos US$ 60 milhões. Para o ano que vem, o montante deverá ficar no patamar previsto para 2009, dependendo dos resultados das pesquisas. O consumo de gás natural no Brasil gira, hoje em dia, em torno dos 45 milhões de metros cúbicos/dia.

Agnelli explicou que existe a possibilidade de as locomotivas que transportam a produção da companhia deixem possam ser convertidas para que operem com gás natural, ao invés de óleo diesel.

Com o gás do Sudeste, dá para converter as locomotivas. Elas operariam com mais eficiência, percorrendo uma distância maior, observou.

O executivo da Vale acentuou que o maior uso de gás natural reduziria custos, além de tornar a matriz da companhia mais limpa, poluindo menos o meio ambiente.

Gabrielli informou ainda que, atualmente, não há sobra de gás natural no mercado, e que a Petrobras vem operando no limite. Essa situação foi intensificada, ressaltou, por problemas técnicos na importação de gás natural boliviano. (Fonte: Folha Online)