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Clippings - 06/12/24

Petrobras põe US$ 1,8 bilhão em campo de gás na Colômbia de olho em futura importação

Em parceria com a estatal colombiana Ecopetrol, a petrolífera descobriu um reservatório de 6 trilhões de pés cúblicos (Tcf) de gás natural in place, volume três vezes superior à atual reserva do país vizinho. O plano é consumir o insumo internamente. Mas qualquer volume superior a esse pode ser exportado para o Brasil

Petrobras e Ecopetrol confirmam a maior descoberta de gás da história da Colômbia com a perfuração do poço Sirius-2 (Foto: Divulgação Petrobras)

A Petrobras vai investir US$ 1,8 bilhão (R$ 10,8 bilhões, com o dólar a R$ 6) para explorar e produzir gás natural na maior reserva já descoberta na Colômbia. Todo o projeto vai custar US$ 4,1 bilhões (R$ 24,6 bilhões) – US$ 1,2 bilhão (R$ 7,2 bilhões) na exploração e US$ 2,9 bilhões (R$ 17,4 bilhões) no desenvolvimento da produção.

Essa conta não considera o gasto de US$ 800 milhões para avaliar inicialmente a área. A Petrobras é a operadora do projeto, com 44,44% de participação. A Ecopetrol responde por 55,56%. Os investimentos são proporcionais a esses percentuais.

O super campo de gás foi descoberto a partir da perfuração do poço Sirius-2. As estimativas são de existência de 6 trilhões de pés cúblicos (Tcf) in place, dos quais 90% podem ser revertidos em produção.

Viabilizada comercialmente a descoberta, a Colômbia vai triplicar a sua reserva de gás e conseguir reverter as projeções de déficit a partir de 2029. Hoje, a reserva do país é de 2,37 Tcf.

O plano é direcionar 13 milhões de m3 por dia de gás, por uma década, para o consumo interno por qualquer segmento que não seja o de produção de energia térmica. A partir dessa marca o gás na versão liquefeita pode ser exportado, inclusive para o Brasil.

O projeto, na verdade, não é novo. Ele foi iniciado em 2017. Em agosto deste ano, a Petrobras informou ao mercado ter confirmado a extensão de uma descoberta de 2022. Nesta quinta-feira, 5, foi a vez de anunciar a dimensão do reservatório, investimentos e cronograma. 

O poço Sirius-2 está localizado em águas profundas do litoral colombiano, a 31 km da costa e a 804 metros de profundidade, no bloco Tayrona. A perfuração do poço está inserida na primeira fase de um total de cinco.

O projeto envolve também a instalação de um duto submarino de 117 km para levar o gás à estação de tratamento em terra, no modelo de engenharia “subsea to shore”, o primeiro de grande proporção já desenvolvido pela Petrobras.

Passados três anos da liberação das licenças ambientais, deve ser iniciada a produção, em 2028 ou 2029. Já a confirmação da viabilidade econômica é esperada para 2027. Ao todo, vão ser perfurados quatro poços produtores, sendo que um deles será uma adaptação de um dos poços exploratórios.

A aceleração das fases de exploração e produção está diretamente relacionada à liberação das licenças ambientais de produção, construção do duto submarino, instalação das estruturas em terra e chegada à praia. Em apresentação à imprensa colombiana, os executivos da Petrobras e da Ecopetrol foram enfáticos na mensagem de que sem licenciamento nada sai do papel.

“O investimento é grande, mas é fundamental que tenhamos as licenças ambientais. Não é possível aprovar o investimento na Petrobras sem as licenças. Sabemos que esse é um grande esforço. Quanto mais rapidamente saírem as licenças, mais rapidamente será iniciada a produção de gás”, afirmou a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia Anjos, complementando que 116 comunidades vão ser afetadas. “Acredito que devemos fazer (o licenciamento) todos juntos. Não podemos ter um e depois o outro, porque vai demorar muito”, argumentou.

Fonte: Revista Portos e Navios