– O plano de investimento que prevê a destinação de R$ 100 bilhões para ampliar a malha ferroviária nacional será lançado no começo de fevereiro, informou o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), durante sua participação no programa “Bom Dia, Ministro”. A previsão é que a maior parte dos recursos venha do setor privado, com uma participação menor de investimentos do governo federal.
“São R$ 100 bilhões em investimentos públicos e privados. A ideia é investirmos R$ 20 bilhões de recursos públicos e atrairmos R$ 80 bilhões de investimentos privados”, disse o ministro em entrevista à EBC. Ele destacou que esse aporte público é estratégico para “ampliar a atratividade” do projeto para investidores privados.
POD NOS TRILHOS
Desde o início do terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o Ministério dos Transportes prometeu lançar um programa para retomar os investimentos no setor ferroviário.
A principal dificuldade está relacionada à necessidade de aporte público em momento de restrição fiscal, pois os projetos, em sua maioria, não garantem retorno financeiro esperado pelos investidores. Isso teria justificado a demora no lançamento do programa. De acordo com o governo, essa situação começou a mudar com a previsão de entrada de recursos a partir da renegociação de acordos para renovação de contratos mantidos pelas atuais concessionárias de ferrovias.
Segundo o ministro, dependendo da disputa no leilão, as ferrovias ofertadas poderão demandar um menor aporte público em relação ao valor de referência que constará no edital. “Vence aquele [agente] privado que exigir o menor esforço público. Eles vão concorrer para mostrar quem precisa de menos recursos do governo para viabilizar a obra e realizar os investimentos”, afirmou.
Alguns projetos previstos
Renan Filho citou pelo menos quatro projetos que entrarão no plano de ferrovia. São eles: a Estrada de Ferro 118, em traçado que ligará a malha ferroviária a Ferrovia Vitória-Minas, no Espírito Santo, até a malha da concessionária MRS, no Rio de Janeiro; a Ferrovia Leste-Oeste, de Ilhéus (BA) até Lucas do Rio Verde (MT); o trecho de conclusão da Ferrovia Transnordestina; e o trecho da Ferrovia Norte-Sul, de Açailândia (MA) até Barcarena (PA).
Outro projeto que deve entrar no plano, mas não foi mencionado pelo ministro, é o da Ferrogrão, com 900 quilômetros de extensão, entre as cidades de Sinop (MT) e Miritituba (PA). Durante a entrevista, o ministro lembrou que essa ferrovia ainda depende de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) para avançar com a contratação.
Sobre o plano, Renan Filho reforçou que “será importante para o país como um todo, ao incentivar a migração cada vez maior de cargas das rodovias para as ferrovias”.