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Clippings - 18/10/22

Robôs podem reduzir riscos para indústria naval e offshore

Divugação EESC/USP

Equipamentos robóticos podem inspecionar soldagens de megablocos usados por estaleiros na construção de embarcações, detectar vazamento de gás e superaquecimento de sistemas industriais, entre outras atividades, sem a necessidade da presença humana

Robôs bípedes e quadrúpedes devem ganhar mais espaço no setor industrial brasileiro, com o objetivo – entre outros – de reduzir os riscos em ambientes considerados perigosos para as pessoas. Um deles é o ANYmal da empresa suíça ANYbotics, que pode atender tanto ao setor de óleo e gás (offshore) como à indústria naval (estaleiros). O equipamento foi apresentado recentemente, durante a Mostra de Robótica da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo.

Na ocasião, foi lançado o Grupo de Robôs com Pernas do Laboratório de Robótica do Departamento de Engenharia Mecânica (SEM-EESC-USP), o primeiro de pesquisa do país com foco na área de robótica, sendo composto por cerca de dez pesquisadores, incluindo mestrandos, doutorandos e pós-doutorandos, além de parcerias com instituições do exterior. O intuito é alavancar a pesquisa e a inovação nesse segmento, em aplicações de interesse nacional, como a área agrícola e petrolífera.

Durante aproximadamente um ano, os pesquisadores da instituição de ensino superior participaram de projetos com a Petrobras, visitando estaleiros daqui e de fora. “Apresentamos vários sistemas robotizados para fazer as soldagens das partes que os estaleiros vão construindo, como os megablocos para montar as embarcações”, informou o professor da SEM-EESC-USP Marcelo Becker, à Portos e Navios.

De acordo com ele, tais tecnologias garantem a repetibilidade e a qualidade da soldagem de navios e outros tipos de embarcações, principalmente na hora de fazer a inspeção. “Os sistemas robotizados e automatizados em estaleiros – e, de modo geral, na indústria offshore – oferecem aplicações muito interessantes, com destaque para a inspeção. Isso porque os robôs fazem rondas à procura de vazamentos de gás, monitoram o superaquecimento de sistemas, detectam a presença de fogo e de outros contaminantes, além de identificarem peças esquecidas no caminho”, relatou Becker.

Conforme o professor, o robô ANYmal, por exemplo, possui sensores e câmeras térmicas, além de sensores de detecção de gás, que podem minimizar os riscos para funcionários de uma indústria que, geralmente, são responsáveis pela inspeção presencial. “Até o final de 2022 e início do ano que vem, esse equipamento também passará a contar com um manipulador robótico, uma espécie de garra que possibilitará que ele pegue um objeto caído no chão ou abra alguma porta, entre outras funções”, adiantou Becker.

Como se locomove por ambientes de risco, o ANYmal ainda pode checar o funcionamento de manômetros, câmeras térmicas e temperaturas dos equipamentos, emitindo um alerta de perigo. Isso porque é possível incluir microfones nele, para a captação de zumbidos e outros sons diferentes. “Esse robô também sobe-desce escadas e rampas, detectando obstáculos no caminho. Para tanto, basta pré-programar a rota que uma pessoa faria. O bom é que ele vai tirar o funcionário da situação de risco, por exemplo, em áreas exclusivas”, informou o professor.

Segundo Becker, o ANYmal – que está em uso pela empresa Vale, em Minas Gerais – já foi apresentado tanto na Europa como no Brasil: “Por aqui, já temos uma empresa que representa a ANYbotics, que é a fabricante PUR, sediada em Contagem (MG). No momento, ela está utilizando a versão ANYmal D da Suíça, no entanto, recentemente recebeu a certificação da X, que é uma versão certificada para áreas exclusivas e mais perfeita para atuar na indústria de óleo e gás. Isso já foi proposto para esse segmento no Brasil, mais especificamente para a Petrobras, e no exterior, para outras companhias de óleo e gás europeias”.

Fonte: Revista Portos e Navios