Para atingir esse objetivo, a companhia prepara a perfuração de dois poços no campo, em uma campanha integrada com o campo de Atlanta e a descoberta de Malombe. Novo diretor de Operações Offshore da empresa assume em abril
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Temos o desafio de aumentar o Fator de Recuperação (FR) do campo de Papa-Terra, disse Carlos Travassos, atual diretor adjunto não-estatutário da Brava Energia, na terça-feira (18). Travassos será o novo diretor de Operações Offshore da Brava a partir de abril, em substituição a Carlos Mastrangelo, que deixará o cargo por motivos pessoais.
“Eu diria que Papa-Terra é uma grande oportunidade para a Brava. Hoje nós temos um FR em torno de 2% ou 3%, e um desafio que tenho é de aumentar esse FR, de cuidar da integridade daquelas unidades para que tenhamos uma produção longeva e, também, visando o aumento dessa produção”, afirmou Travassos.
“Papa-Terra tem um upside muito grande, estamos falando de cerca de 2 bilhões de oil in place. Até agora, a recuperação desse óleo ficou em menos de 3%, e isso é muito pouco. Nós fizemos uma campanha de integridade e recuperação no final do ano passado e agora estamos pensando no que a gente chama de ‘Papa-Terra do futuro’. E isso envolve aumentar o FR e tornar essa produção mais perene em termos de robustez”, completou Mastrangelo.
Para isso, a Brava prepara uma campanha de perfuração de dois poços em Papa-Terra, que deverá ser iniciada no final deste ano pela sonda Lone Star, da Constellation. A ideia é que a sonda inicie suas atividades com a perfuração de dois poços em Papa-Terra, depois se desloque para o campo de Atlanta, que receberá novas perfurações em breve.
Conforme antecipado pela Brasil Energia, a Brava pretende realizar uma campanha integrada de perfuração e interligação de poços em Papa-Terra, Atlanta e Malombe. Em Atlanta, que opera atualmente com dois poços, a companhia prepara a conexão de mais dois poços nos próximos 50 dias.
No final de junho, mais dois poços devem entrar em operação. E, ainda em fevereiro, antes do Carnaval, a companhia pretende aprovar a decisão final de investimento (FID) para outros dois poços, totalizando oito poços interligados ao FPSO Atlanta, que entrou em produção no dia 31 de dezembro de 2024. Ao todo, a Brava possui licença para perfurar até 12 poços no campo de Atlanta.
Na descoberta de Malombe, a ideia é perfurar um poço e, depois, conectá-lo via tie-back à plataforma de Peroá, que está situada no polo homônimo. “Malombe é algo que ainda estamos estudando, porque existem desafios técnicos que a gente vai ter que superar, como tie-back de longa distância [cerca de 18 km da plataforma de Peroá] e desafios geológicos importantes, de topologia”, explicou Travassos.
A decisão final de investimento para a campanha integrada de Papa-Terra e Atlanta, juntamente com Malombe, está prevista para o segundo trimestre deste ano. O início da campanha está estimado para o quarto trimestre do mesmo ano, enquanto as primeiras conexões de poços estão previstas para 2026. Além da Constellation, a Brava já assinou contratos com a OneSubsea e com a Baker Hughes para a campanha integrada.
O campo de Atlanta está localizado na Bacia de Santos, e é operado pela Brava com 80% de participação, em parceria com a Westlawn Energia (20%).
Já o campo de Papa-Terra, localizado na Bacia de Campos, é operado pela Brava com 62,5% de participação, em parceria com a Nova Técnica Energy (37,50%).
Por fim, a descoberta de Malombe está localizada no Polo Peroá, formado por campos de gás natural e condensado de petróleo localizados em águas rasas e profundas da Bacia do Espírito Santo. A Brava opera e detém 100% de participação no Polo Peroá.
* A repórter visitou o FPSO Atlanta, na Bacia de Santos, a convite da Brava Energia
Fonte: Revista Brasil Energia